Falta trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil, segundo pesquisa do IBGE


Falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (16). O número referente ao segundo trimestre de 2018 faz parte da taxa de subutilização da força de trabalho composta por e subocupados por insuficiência de horas. A pesquisa ainda aponta que a força de trabalho potencial ficou em 24,6%.

O resultado subiu 0,8 ponto percentual (p.p) em relação ao mesmo período de 2017. Contudo, a marca atingida é praticamente estável quando comparada ao trimestre anterior, que ficou em 24,7%. O balanço ainda revelou que falta trabalho, principalmente na região do Nordeste.

No ranking, o estado do Piauí lidera a taxa de subutilização da força de trabalho com a porcentagem de 40,6%. Logo em seguida, aparecem Maranhão e Bahia, com respectivos 39,7% e 39,7%. Todos bem acima da média nacional.

Por outro lado, as menores taxas foram registradas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia que fecharam o segundo trimestre de 2018 com seguidos 10,9%, 15,2% e 15,5%.

O IBGE define a população desalentada como aquela que está fora da força de trabalho por não conseguir um emprego adequado; não tem experiência ou qualificação; é considerada muito jovem ou idosa; não existe trabalhado na localidade em que reside – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. De um modo geral, é alguém que "desistiu de tentar uma vaga de emprego". 

No segundo trimestre de 2018, o contingente de desalentados chegou à marca de 4,4% em relação à população que compõe a força de trabalho, chegando ao maior contingente de desalentados da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. A porcentagem representa 4,8 milhões de pessoas.

O valor é superior ao do primeiro trimestre de 2018 e do segundo trimestre do ano passado, que chegaram, respectivamente, a 4,6 milhões e 4 milhões de pessoas.

Entre os estados brasileiros, a maior taxa de população desalentada foi registrada em Alagoas, com 16,6%, e no Maranhã,  com 16,2%, ou seja, bem acima da média nacional de 4,4%.

Já no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, o indicador é inferior à média brasileira, uma vez que ficaram respectivamente com 1,2% e 0,7%.

A pesquisa também demonstrou que a população empregada do setor privado caiu em um ano. Se no segundo trimestre de 2018 a marca foi de 74,9%, no mesmo período de 2017, o índice foi 75,8%. Sendo que o maior percentual de empregados registrados estava no Sul, com 82,9%, e o menor no Nordeste, com 59,9%.

Entre os trabalhadores domésticos, o indiciador também obteve queda, porque passou de 30,6%, no segundo trimestre de 2017, para 29,4%, no mesmo período deste ano.

Ainda sobre os 91,2 milhões de pessoas que representam a população ocupada, o Instituto apurou que 67,6% do grupo são empregados, 4,8% de empregadores, 25,3% de trabalhadores por conta e 2,3% de trabalhadores familiares auxiliares.

Vale destacar que os estados do Pará, Maranhão e Amazonas apresentaram os maiores indicadores percentuais de trabalhadores por conta própria, com respectivos 34,3%, 33% e 32,2%. Enquanto que os menores números estão no Distrito Federal, com 18,2%, São Paulo, com 21,7%, e Mato Grosso do Sul, com 22,1%.

Outro indicador interessante é o que diz respeito às pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar um período maior, somada às pessoas desempregadas.

Nesse grupo, a marca registrada no segundo trimestre de 2018 é de 18,7%, que representa 6,5 milhões de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e 13 milhões de desempregados.

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego no segundo trimestre de 2018 foi de 12,4%. Entretanto, esse percentual foi muito maior no estado do Amapá, onde o indicador chegou a 21,3%. Em Alagoas, a marca chegou em 17,3%, enquanto que Pernambuco, Sergipe e Bahia registraram, respectivamente, 16,9%, 16,8% e 16,5%.

Em contrapartida, as menores taxas de desocupação foram observadas em Santa Catarina, com 6,5%, Mato Grosso do Sul, com 7,6%, além dos estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, que ficaram com 8,3% e 8,5%. Ou seja, bem abaixo da média nacional de 12,4%.

Também foi constatado que, no segundo trimestre de 2018, as mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Brasil, representando 52,4% do total. Em todas as regiões, o cenário em que as mulheres são maioria é repetido.

Porém, no grupo das pessoas empregadas predominaram os homens, com 56,3%, em todas as regiões no Brasil, sobretudo na Norte, em que eles representaram 60,2% da categoria.

Com isso, o nível da ocupação dos homens foi de 63,6%, enquanto que o das mulheres foi de 44,8% no período analisado, com destaque para a região Norte, onde, como revela o IBGE, a diferença entre homens e mulheres foi a maior, de 22,6 pontos percentuais. Em contrapartida, o Sudeste teve a menor taxa, mas ainda assim é alta, de 18 p.p.

As diferenças dos grupos são refletidas na população desempregada, um total de 12,4%. Se entre os homens a taxa de desemprego é de 11% (abaixo da média),, a marca é de 14,2%. Vale destacar que este comportamento foi observado nas cinco regiões brasileiras.

As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho, representando 64,9% do grupo. Vale mencionar que esse dado não tem a ver com a população desempregada, uma vez que, para compor a taxa de desocupação, o IBGE contabiliza apenas pessoas que pertencem ao grupo da força de trabalho.

Nessa perspectiva, o IBGE resolveu fazer uma comparação entre o primeiro trimestre de 2012 e o segundo trimestre de 2018.

Com isso, o instituto observou que, há seis anos, quando o contingente de desempregados no País era de 7,6 milhões de pessoas, os pardos representavam 48,9% dessa população. Em seguida, estavam brancos e pretos, com respectivos 40,2% e 10,2%.

Entretanto, segundo o último balanço sobre desemprego, o contingente de pessoas desocupadas é de 12,9 milhões. A participação parda no grupo subiu para 52,3%, enquanto que a da população preta cresceu para 11,8%. Porém, na população branca, a taxa de desemprego reduziu para 35% no período de seis anos.

A desigualdade racial também pode ser percebida na taxa de desemprego dos que se declaram brancos, que ficou em 9,9%, bem abaixo da média brasileira de 12,4%. Enquanto que, no segundo trimestre de 2018, o desemprego entre pretos e pardos ficou acima da média, com respectivos 15% e 14,4%.

No segundo trimestre de 2018, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,4%) e pretos (8,5%).

Além de demonstrar que falta trabalho, o IBGE também contabilizou que o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês pelas pessoas com 14 anos ou mais, foi estimado em R$ 2.198 no segundo trimestre de 2018. O que é estável frente ao trimestre anterior quando a marca foi de R$ 2.192.

Fonte: IG Economia

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