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Cumprindo uma de suas principais promessas de campanha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta segunda-feira (23) para retirar o país da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), peça central da estratégia comercial e geopolítica de seu antecessor, Barack Obama.
A parceria estabelece normas comuns sobre questões que vão desde os direitos dos trabalhadores à proteção da propriedade intelectual. Assinado em 2015 por EUA e outros 11 países, o TPP é o maior acordo comercial da história, abrangendo 40% do PIB mundial.
A retirada americana inviabiliza o tratado, já que para entrar em vigor ele precisa ser ratificado por países que representam 85% do PIB total dos signatários – só os EUA têm 60%.
“É uma grande coisa para o trabalhador americano o que acabamos de fazer”, disse Trump após assinar a ordem retirando os EUA do TPP.
O fim do TPP deve beneficiar a China, justamente um dos alvos mais constantes de ataques de Trump, abrindo espaço para que Pequim aumente sua influência na Ásia com iniciativas como a Parceria Regional Econômica Ampla (RCEP, na sigla em inglês). O pacto em negociação entre a China e outros 15 países (sem os EUA), é um acordo comercial mais tradicional que o TPP, que estabelece normas em áreas como direitos trabalhistas e proteção ambiental.
Em meio ao discurso protecionista que dominou a campanha presidencial americana, o TPP não chegou sequer a ser objeto de debate no Congresso para ratificação, e mesmo a candidata do partido de Obama, a democrata Hillary Clinton, se mostrou contrária à iniciativa.
Nesse domingo (22), o republicano anunciou que iniciará em breve conversas com México e Canadá para renegociar o Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte), e que, caso os termos do pacto não sejam revistos, os EUA deixarão a parceria.
“Nós vamos começar a renegociar o Nafta, além de questões de imigração e segurança de fronteira (com o México)”, anunciou Trump em pronunciamento na Casa Branca no domingo.
Economistas temem que o colapso dos acordos de integração comercial leve a uma série de consequências negativas, como redução do acesso dos EUA a seus maiores mercados de exportação, Canadá e México. Aumentos de tarifas impostos pelos EUA poderiam ser alvo de retaliação tarifária –no caso dos países do Nafta, isso poderia aumentar o preço de vegetais, frutas, carros e gasolina nos EUA, principais produtos exportados para o mercado americano.
O Globo
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